11.Reservas internacionais em dólares: FHC, US$ 38 bilhões; Lula, US$ 289 bilhões e Dilma, US$ 374 bilhões

19/07/2015 | Brasil 1994/2014

Uma das melhores políticas que os governos Lula e Dilma implantaram no Brasil foi a forte redução da vulnerabilidade externa de nossa economia, com a constituição de reservas em dólares de US$ 374 bilhões. O Brasil quebrou três nos governos do PSDB. Com isso, o nosso país teve que aceitar as imposições do FMI para ter acesso aos empréstimos deste organismo internacional porque dispunha de reservas em dólares inexpressivas. Já nas grandes crises atravessadas nos governos do PT, em 2008 e em 2013, o país não quebrou e nem recorreu ao FMI porque contou com grandes reservas em dólares para enfrentar a especulação contra a nossa economia. 

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FHC quebrou o Brasil três vezes e nenhuma vez com Lula e Dilma

O governo FHC, mesmo com todas as gentilezas oferecidas aos grandes capitalistas internacionais – taxa de juros de até 45% ao ano, privatizações selvagens com venda de empresas a preço de banana, dolarização de grande parte da dívida interna, dentre outras barbaridades - nunca conseguiu acumular reservas expressivas em dólares. Elas eram de apenas US$ 37,823 bilhões no final de 2002. Seu valor líquido era ainda menor, de US$ 17 bilhões, sem os empréstimos do FMI. Foi por não possuir uma posição robusta nas reservas em dólares que o Brasil quebrou três vezes com FHC, em 1997/1998, na crise asiática e russa; em 2001, na crise da Argentina; e em 2002, quando o terrorismo tucano/pefelista destroçou a credibilidade do Brasil. Foram crises de pequena intensidade e que não serão mais que notas de pé de página na história econômica, tendo o Brasil recorrido ao FMI e aceito suas políticas recessivas e privatistas. Foram nestes três anos, que as monumentais taxas de juros fizeram explodir a dívida pública brasileira.  

Nos governos Lula e Dilma, para blindar a nossa economia contra as crises externas de grande magnitude, o Brasil conseguiu acumular reservas em dólares como nunca antes nesse país. No final do governo Lula, em 2010, as reservas internacionais em dólar eram de US$ 288,575 bilhões, e, em 2014, no final do primeiro governo Dilma, elas atingiram a marca de US$ 374,050 bilhões. Com isso, crises de grande magnitude como a de 2008/2009 e outra que atingiu os países emergentes mais recentemente, em 2013, em função da redução dos estímulos monetários dos Estados Unidos, encontraram uma economia mais robusta aos abalos na economia internacional. Com isso, Lula e Dilma não tiveram que recorrer ao FMI, pela primeira vez na história brasileira os pobres não pagaram a conta da crise, o país continuou crescendo, ainda que em ritmo menos acelerado, a geração de empregos continuou crescente e a pobreza e a extrema pobreza continuaram em firme declínio. 

Se Lula tivesse seguido os conselhos da oposição demotucana teria quebrado o Brasil na grande crise de 2008/2009. Não foram poucos os tucanos e economistas aliados que se colocaram contra a elevação do patamar das reservas. Um deles foi André Lacerda, editor do Portal do ITV – Instituto Teotônio Vilela, do PSDB, que, no artigo “Sem motivo para comemorar”, criticou “a armadilha das reservas-monstro”, afirmou que “economistas têm se dedicado a calcular quanto empilhar reservas tem custado ao pobre Brasil” e que o crescimento das reservas tornou-se “uma dor de cabeça”. Ele se referia aos custos fiscais de se manter reservas elevadas. 

Autoria: A série “Brasil 1994/2014” é de autoria de José Prata Araújo, economista mineiro. Veja outros posts da série no site www.mariliacampos.com.br, seção “Brasil 1994/2014”.

 

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