18.IGPs. IGP-M (inflação do aluguel média por ano): FHC, 12,46%; Lula,6,66% e Dilma, 5,53%

12/07/2015 | Brasil 1994/2014

Ainda na área do combate à inflação, além do IPCA, outro bom resultado dos governos/Lula e Dilma foi um expressivo recuo dos dois IGPs, calculados pela Fundação Getúlio Vargas: o Índice Geral de Preços – Disponibilidade Interna (IGP-DI) e o Índice Geral de Preços do Mercado (IGP-M), que indexam preços fundamentais na economia brasileira, como é o caso dos aluguéis. A inflação medida pelos dois IGPs no governo tucano de FHC foi o dobro em relação aos governos Lula e Dilma.

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IGPs: inflação com Fernando Henrique foi o dobro de Lula/Dilma

Como pode ser visto na tabela, os dois IGPs calculados pela Fundação Getúlio Vargas – IGP-M e IGP-DI -, apresentaram no governo de Fernando Henrique do PSDB índices duas vezes maior do que nos governos de Lula e Dilma do PT. Com Fernando Henrique, o IGP-M, que reajusta os aluguéis foi, na média anual, de 12,46% e o IGP-DI, que dentre outros preços reajusta a dívida de Estados e Municípios, apresentou índice médio anual de 12,49%. Nos governos de Lula e Dilma, os índices caíram pela metade: com Lula, o IGP-M ficou em 6,66% e o IGP-DI em 6,46%. No primeiro governo Dilma, IGP-M e IGP-DI foram, respectivamente, de 5,53% e 5,60%. Essa redução teve repercussão importante no poder aquisitivo da sociedade brasileira e na desaceleração da evolução da dívida de Estados e Municípios. 

Por que FHC adotou os IGPs nos “preços públicos”

O IGP-DI e o IGP-M foram utilizados no cálculo do reajuste de preços fundamentais, como tarifas públicas de energia elétrica e telefonia, por decisão do governo FHC. Isso não foi um ato aleatório. Acontece que eles são os mais sensíveis às variações cambiais (porque captam os preços no atacado e dos insumos importados) e, por isso, serviram de contrapartida às multinacionais no processo de privatização dos serviços públicos de telefonia e energia elétrica. Foi uma espécie de dolarização das tarifas das empresas privatizadas, que não confiavam na política cambial de Fernando Henrique.Tanto assim que, exatamente nos dois anos de maior crise cambial, em 1999 e 2002, os IGPs, dispararam, como pode ser visto na tabela, quando apresentaram índices de 20% a 26% ao ano.  

Portanto, foram os tucanos os grandes responsáveis pela disparada dos preços da energia e da telefonia, que foram praticamente dolarizados para facilitar a entrada de empresas estrangeiras nas privatizações. Foram também os tucanos os responsáveis pela disparada das dívidas dos Estados e Municípios porque, além da taxa de juros exorbitantes, indexaram tais dívidas ao IGP-DI. E a disparada dos aluguéis sacrificou milhões de famílias brasileiras.   

Nos governos Lula e Dilma, sem as crises cambiais do passado, os dois IGPs – IGP-M e IGP-DI - tiveram uma grande redução. Estes dois índices ficaram praticamente em linha com o IPCA, índice oficial de inflação nos governos petistas. Isto reduziu bastante o aumento dos preços dos aluguéis e de outros “preços públicos” e desacelerou o crescimento das dívidas de Estados e Municípios.  

Autoria: A série “Brasil 1994/2014” é de autoria de José Prata Araújo, economista mineiro. Veja outros posts da série no site www.mariliacampos.com.br, seção “Brasil 1994/2014”. 

 

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