20. Número de passageiros transportados de avião cresceu de 36 milhões, em 2002, para 111 milhões, em 2013

10/07/2015 | Brasil 1994/2014

Um dos indicadores que se tornou um dos símbolos da ascensão social nos governos do PT foi o crescimento do número de brasileiros transportados por avião. Os números estão na tabela abaixo. Em 2002, último ano do governo FHC, viajaram de avião 36 milhões de brasileiros, número que subiu, de forma espetacular, para 111 milhões, em 2013, segundo os dados da ANAC, divulgados pela Associação Brasileira das Empresas Aéreas – ABEAR. Isso significou um crescimento de 208% em 11 anos, com incorporação de 75 milhões de novos usuários do transporte aéreo.  

Já no período de 2004 a 2013, o número de passageiros transportados por ônibus recuou de 67,2 milhões para 54,4 milhões, o que significa 12,8 milhões a menos. Assim a famosa pergunta “vai de ônibus ou de avião”? passou  a ter uma resposta inédita no Brasil por largos setores da população: “Vamos de avião”.   

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Nova classe média lidera demanda por viagens aéreas

O estudo “Aviação brasileira – agenda 2020”, da Associação Brasileira das Empresas Aéreas – ABEAR mostra quem está liderando em termos de segmentos sociais a demanda por transporte aéreo no Brasil. De 2002 a 2012, o número de passageiros no transporte aéreo cresceu 242% na classe C, 85% na classe DE e 41% na classe AB. Ou seja, os mais pobres no Brasil, com a melhoria da renda, lideraram amplamente o crescimento do transporte aéreo no Brasil. Este segmento se desloca agora, com ganhos inegáveis: com a massificação do transporte aéreo, as passagens ficaram mais baratas, e, em muitos casos, ficaram mais baratas do que as de ônibus; como o avião chega a 900km por hora, o tempo de duração de uma viagem é muito menor: de São Paulo a Salvador, por exemplo, são 27 horas de estrada e apenas duas de vôo; viajar de avião é mais seguro, confortável e rápido.

Pobre viajando de avião é uma novidade no Brasil. O que é velho é o preconceito e a discriminação contra a ascensão dos mais pobres. Já presenciamos campanhas intermináveis contra o “caos aéreo” em diversos momentos nos últimos anos. No início de 2014, repercutiu intensamente nas redes sociais de todo o Brasil, mais uma cena chocante daqueles que se opõem à ascensão social dos pobres em nosso país. Uma professora universitária postou em seu Facebook uma foto de um senhor de bermudas, camisetas e chinelos, e uma pergunta irônica: “Aeroporto ou rodoviária?”. 

O Portal UOL relata os acontecimentos: “A professora universitária Rosa Marina Meyer postou uma foto de um homem de bermuda e regata no seu perfil no Facebook na noite desta quarta (5 de fevereiro) com o comentário: "aeroporto ou rodoviária?". O conteúdo dos comentários que seguem a publicação da docente da PUC-Rio também critica a presença de passageiros pobres nos voos. (...) "O 'glamour' foi para o espaço", escreveu o reitor da Unirio (Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro), Luiz Pedro Jutuca. Ao que a docente respondeu: "Puxa, mas para glamour falta muuuitooo!!! Está mais para estiva". (...) Outra colega docente emendou: "E sabe o que é pior? quando esse tipo de passageiro senta exatamente a seu lado e fica roçando o braço peludo no seu, porque - claro - não respeita (ou não cabe) nos limites do seu assento". A frase é a reprodução exata do que a professora Daniela T. Vargas, também da PUC-Rio, publicou.

Autoria: A série “Brasil 1994/2014” é de autoria de José Prata Araújo, economista mineiro. Veja outros posts da série no site www.mariliacampos.com.br, seção “Brasil 1994/2014”.
 
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